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Eu e a arquitetura
Apenas o reflexo do meu trabalho, do que penso e do que me vai saindo em noites de inspiração. Do academismo, resulta um método de trabalho e de abordagem ao projecto, uma paixão por todas as questões subtis que envolvem o exercício da arquitectura. Destas “pequenas coisas”, a cultura, os comportamentos, a identidade do espaço e das pessoas, a vivência destes espaços, vazios, falando por si, e com gente. E a força que detemos em moldar, alterar, adaptar, condicionar, subtilmente educar através do nosso exercício, dos nossos trabalhos, das nossas obras, no próprio comportamento, conduta e vivência dos mesmos espaços.
Permito-me ainda incoerências, porque já não procuro verdades. Cada vez mais, procuro menos a arquitectura pela forma, num ímpeto juvenil e académico de fazer o melhor, como se o melhor resultasse de uma mais contemporânea e moderna forma do objecto arquitectónico, traduzindo-se em meros exercícios criativos de forma e plasticidade esquecendo muitas vezes o fundamento e verdade do exercício da arquitectura.
Esta postura ajuda, (ainda que não veja a arquitectura como uma resposta apenas programática), a resolver as questões principais do exercício profissional e porque liberto “à priori” destes conceitos ou “tiques” escolásticos, permite-me tentar uma maior verdade ou sinceridade no que faço..
Um programa; uma resposta a este; exercícios formais de desenho e composição; retratos de condicionalismos sociais, culturais, religiosos; ou tudo ou nada sem uma regra definida previamente. Uma análise feita pela história, de momentos arquitectónicos intuitivos, sem fundamento, ou apenas metodologia experimental que de logo passa a catálogo de informação académica como de verdade ou regra se tratasse...